
A cantora e apresentadora Preta Gil morreu neste domingo (20), aos 50 anos, em decorrência de complicações de um câncer colorretal, diagnosticado em janeiro de 2023. A doença, que atinge o intestino grosso e o reto, tem crescido de forma alarmante entre pessoas com menos de 50 anos em todo o mundo.
Estudos mostram que, nas últimas décadas, enquanto os casos entre idosos permanecem estáveis, a incidência da doença entre os mais jovens aumentou até 70%. Nos EUA, isso levou à redução da idade mínima para exames preventivos de 50 para 45 anos. O Brasil também já detecta esse aumento em pacientes mais jovens. Fatores como obesidade, sedentarismo, alimentação ultraprocessada e até o uso excessivo de antibióticos estão entre os possíveis responsáveis.
O prognóstico da doença tem melhorado com avanços na cirurgia, quimioterapia e imunoterapia, mas o diagnóstico precoce é fundamental. Exames como o de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia são as principais ferramentas de rastreio, recomendadas a partir dos 45 anos.

Trajetória marcada por arte, coragem e autenticidade
Filha de Gilberto Gil e afilhada de Gal Costa, Preta Gil teve uma carreira multifacetada como cantora, apresentadora e empresária. Lançou seu primeiro álbum aos 29 anos e ficou conhecida por seu estilo irreverente e sua defesa da liberdade e diversidade. O “Bloco da Preta”, criado em 2010, se tornou um dos maiores do carnaval carioca, reunindo meio milhão de foliões.
Além da música, atuou em novelas, séries e apresentou programas de TV. Fundadora da agência Mynd, foi referência no mercado de influência e comunicação.
Na vida pessoal, foi mãe de Francisco Gil, avó de Sol de Maria e esteve casada três vezes. O diagnóstico de câncer marcou seus últimos anos, mas ela enfrentou a doença com força e otimismo. Após tratamentos no Brasil, seguiu em 2024 para os EUA, onde recebeu terapias experimentais. A luta, no entanto, terminou com sua morte, deixando um legado de coragem, arte e representatividade.

FONTE G1